sexta-feira, 3 de julho de 2009

O sacristão analfabeto

Em uma pequena cidade do interior, havia um padre que após vários serviços prestados à comunidade, faleceu deixando lá seu inseparável companheiro de longas datas: o velho sacristão.

Um padre jovem e com muitas idéias novas na cabeça foi designado para aquela paróquia; tão logo assumiu o novo cargo, já deu uma nova incumbência ao velho sacristão:

--- Quero um relatório em duas vias, com a descrição de todas as suas atividades, com as frequências e tempo de duração das mesmas.

Ao que o sacristão respondeu:
--- Sabe de uma coisa "sô" padre, num sei "lê" nem "escrevê" e muito menos "fazê" este tal de "rela-oratório"
--- Então sinto muito meu filho, mas você não se encaixa em meus planos para esta paróquia. Vou procurar outra pessoa para o seu lugar e que preencha os requisistos; preciso de alguém com outro nível.

Sendo obrigado a mudar seus planos profissionais, o velho que era pessoa muito querida, reuniu todas as suas economias e montou um comércio. Com o passar do tempo, tornou-se o mais próspero dos comerciantes locais e também muito rico.

Certo dia ao fazer uma aplicação financeira, o gerente do banco que era novo na cidade, ao perceber que estava diante de um analfabeto, comentou amigavelmente:
--- Pôxa, o senhor não sabe ler e nem escrever e é rico assim; imagine se o soubesse! Onde não estaria?

Calmamente o ex-sacristão respondeu-lhe:
--- É... eu estaria lá na igrejinha como sacristão até hoje!


Meus amigos,


Nem sempre aqueles que nos empurram são nossos inimigos. às vezes muitos deles são verdadeiros instrumentos para nos acordar, ou nos forçar a tomar decisões importantes em nossas vidas. Muitos de nós passamos anos, décadas, em uma zona de conforto, acomodados, até que um dia um fato novo nos balança e nos obriga a mudar os caminhos.

Não estou aqui fazendo nenhuma apologia ao analfabetismo e muito menos à acomodação. A minha bandeira é de que necessitamos de constantes mudanças, transformações internas e externas. Quantas pessoas passam uma vida, como o velho sacrsitão, sem fazer um curso novo, sem ler um livro, sem evoluir...

Porém, em todas as atividades do mundo, não basta apenas a teoria; temos que praticar, buscar conhecimentos, mas também aplicá-los. Analfabetos hoje, são aqueles que não querem mudanças. Mais do que nunca, precisamos exercitar nossa atitude de querer fazer, de querer mudar.

Segundo Alvim Tofler, os analfabetos dos anos 2000, não serão aqueles que não souberem ler e escrever, mas os que não conseguirem aprender, desaprender e reaprender. Este deverá ser o nosso ciclo evolutivo.

Se por alguma razão, alguém parou de estudar, jamais se entregue ao desespero ou ao desânimo: nunca será tarde para recomeçar. Temos inúmeros exemplos de pessoas na terceira idade voltando aos bancos escolares, que nunca se sentiram velhas; querem continuar vivendo independente da idade.

Sejamos sempre felizes com aquilo que somos, mas principalmente com o que buscarmos para nosso crescimento e transformação.

Com abraços,
Luiz Arantes.


Um comentário:

Pai da Princesa disse...

Grande Luiz...

Fiquei realmente impressionado (positivamente) com este post.

Ele diz bem o atual estágio de minha vida, onde sinto a necessidade de mais uma vez estudar, aprimorar, evoluir.

Preciso aprimorar, mas tá faltando o "start" ou atitude para tal.