quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Os porcos espinhos

Conta-se que em eras glaciais, em que o inverno era quase insuportável, uma manada de porcos espinhos, na tentativa de sobreviver ao frio intenso, começou a se unir num recanto apropriado, juntando-se mais e mais. Desta forma, cada um deles poderia absorver um pouco do calor que emanava do corpo do outro. Unidos se aqueciam e conseguiam sobreviver enfrentando tão brutal inverno por muito mais tempo.

Mas por ironia do destino, os espinhos de cada um deles, principalmente dos mais próximos, justamente os que forneciam o calor vital, começaram a ferir uns aos outros. Quanto mais tentavam de forma brutal de livrar dos espinhos dos companheiros, mais feriam uns aos outros. Então, sairam para seus cantos, magoados e feridos; dispersaram-se por não suportarem a dor dos espinhos dos companheiros.

Separados e sem o calor da manada, começaram a morrer congelados; aquela havia sido uma decisão equivocada para solucionarem seus problemas, suas dores, suas intolerâncias.

Com o tempo, aqueles que sobreviveram ao frio tiveram que tomar uma decisão: morrerem congelados ou voltar ao grupo aceitando os espinhos de cada um. Optaram por voltar e procurar os companheiros, mas desta vez, com mais cautela, mantendo uma distância segura que lhes propiciasse o calor vital, mas que não lhes ferisse, não lhes magoasse.

Assim, aprenderam a aceitar uns aos outros com seus espinhos, mesmo que com pequenas feridas, mas absorvendo o calor necessário de cada qual; juntos superaram o frio e sobreviveram.


Amigos,

Nós também, a exemplo dos porcos espinhos, vivemos em grupos, em equipes. Seja nos ambientes de trabalho, nos ambientes familiares ou sociais, se não aceitarmos as pessoas como elas de fato são, com sua imperfeições, com seus espinhos, dificilmente sobreviveremos e deixaremos de absorver as coisas boas que emanam de cada qual, fundamentais para nossa evolução e sobrevivência.

Os melhores grupos não os que tem membros perfeitos, sem defeitos, mas sim aqueles em que as pessoas, apesar das diferenças, aprendem a aceitar uns aos outros com as deficiências que todos possuímos. Esta é a melhor forma de crescimento. Lembremo-nos de que as pessoas que mais ferimos e magoamos são as que estão mais próximas de nós!

Sucessos a todos! Que nós consigamos passar juntos os próximos invernos, felizes e aceitando uns aos outros com todas as dificuldades e pedindo que nos perdoem por nossos espinhos.

Luiz Arantes

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Um gato para meditação

Conta uma lenda zen, a história de um mestre que vivia num monastério e ao entardecer quando se dirigia ao templo para a meditação diária, seu gato de estimação o incomodava com seus miados e pulos. Com o tempo, as travessuras do gato passaram a incomodar também os discípulos, desconcentrando-os.
Certo dia o mestre pediu que amarrassem o gato numa árvore do lado de fora do templo e assim pudessem meditar em paz. Como o resultado houvesse sido positivo, todos os dias alguém era escalado para desempenhar aquela importante tarefa de amarrar o felino.
E assim os anos se passaram e a cena se repetia, até que o velho mestre faleceu. Ao escolherem outro mestre, continuaram amarrando o gato na velha árvore durante a meditação. Com o tempo o gato também morreu e tiveram que arrumar outro gato para continuar desempenhando o seu relevante papel.
Durante séculos, com a chegada de novos discípulos e novos mestres, que ignoravam a razão de tão estranho procedimento, continuaram com o mesmo ritual: mestre e discípulos em meditação, gato amarrado na árvore.
Conta-se que cem anos depois da existência do primeiro mestre, alguém escreveu um belo tratado sobre a importância de se ter um gato amarrado a uma árvore para se obter uma boa meditação!
Amigos,
Esta pequena história me faz pensar em muitos profissionais e até empresas, que fazem as coisas sem ao menos se darem ao trabalho de saber o porquê.
Quantas pessoas e empresas permanecem amarradas não a árvores, mas ao seu passado, resistentes a mudanças, em muitos casos em decorrência de processos burocráticos burros e não se libertam do peso do passado, perdendo incontáveis oportunidades de progresso.
Que ao iniciar este novo ano, pensemos em algumas de nossas atitudes, evitando situações como da história, para que possamos ser mais realistas e felizes.
Abraços do Luiz Arantes.