quinta-feira, 23 de julho de 2009

Decisões difíceis...

Um homem havia se perdido num deserto; cansado e deseperado caminhava sem rumo e estava prestes a morrer de sede. De repente, para sua alegria, encontrou uma cabana abandonada. A velha cabana estava vazia, mas havia alguma sombra onde ele poderia se acomodar e recuperar um pouco de suas escassas energias.

Passados alguns minutos, percebeu que num canto da cabana havia uma velha bomba d'água, toda enferrujada e aparentando inutilidade.
Com um resto de esperança e extremo esforço, o viajante se aproximou da velha bomba e começou a bombeá-la com todas as suas forças, mas nada aconteceu. Então ele viu que ao lado da bomba, quase enterrada pela areia, havia uma velha garrafa cheia d'água, com um bilhete que dizia:

"Você precisa primeiro preparar a bomba colocando nela toda a água desta garrafa, aí sim obterá sua água. Por favor, antes de partir, encha novamente a garrafa para outro viajante".

Ele se viu diante de um dilema, uma decisão muito difícil de se tomar. Desejava a água mais do que qualquer outra coisa para amenizar sua sede e continuar vivo, mas o bilhete lhe pedia para despejar toda a água na velha bomba, se a quisesse de volta e em abundância. Deveria desprezar a mensagem e seguir seu instinto de sobrevivência? O que fazer? E se a bomba não funcionasse?
Relutante, despejou toda a água da garrafa na velha bomba e começou a bombear. De repente, após um barulho seco de metal, um filete de água apareceu, depois um pequeno fluxo e finalmente jorrou água em abundância, pura e cristalina. Ele bebeu toda a água de que precisava, descansou bastante e encheu a garrafa novamente para o próximo viajante que dela pudesse precisar.

Antes de partir, escreveu algumas palavras a mais no velho bilhete:
"Acredite, funciona mesmo! Você precisa doar toda água encontrada antes de obtê-la de volta e em abundância"

Queridos amigos,

Em nossas viagens pelos caminhos desta vida, sejam desérticos ou não, precisaremos assumir alguns riscos e também confiar, acreditar naqueles que nos antecederam e em nossa intuição.
Muitas pessoas deixaram para nós, muitos conhecimentos, muitos ensinamentos que também lhes foram confiados um dia, saibamos usá-los com sabedoria em cada uma das nossas paradas e acima de tudo, tenhamos a atitude de deixar para gerações vindouras, algumas experiências que possam lhes ajudar. Nada é de graça; aquilo que recebermos, se multiplicará se o distribuirmos.
Em muitos momentos, também deveremos tomar atitudes que talvez signifiquem viver ou desaparecer, mas usando nossa boa intuição, poderemos tomá-las de forma correta; e isso acontece em diversos momentos de nossas atividades profissionais. Será necessário sabedoria, buscar a experiência dos mais velhos, planejar, analisar as alternativas e agir.

Em nossas vidas, quanto mais doarmos, mais receberemos de volta. Esta é uma lei imutável do universo. Sejamos muito felizes compartilhando nossos conhecimentos e experiências, adquiridos pela bondade daqueles que trilharam os caminhos por onde hoje estamos viajando.

Com abraços,
Luiz Arantes

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Porcos de elite

Havia um sitiante que tinha uma criação de porcos, os quais eram comercializados numa cidade próxima. Tudo transcorria de forma tranquila, até o dia em que apareceu por lá um fiscal sanitário.

Após bater palmas na porteira e ser recebido pelo proprietário, visitou as instalações observando tudo; à saída perguntou ao sitiante o tipo de comida com que ele alimentava seus animais. Ao que o criador inocente respondeu:

--- Faço como todo mundo: dou a eles restos de comida, frutas que caem dos pés...
Indignado o fiscal respondeu:

--- Mas que absurdo, o senhor alimentar seus animais com restos de comidas e depois lá na cidade nós é que iremos consumí-los. Vou aplicar-lhe uma multa para que o senhor pense nas pessoas que irão se alimentar com os animais que o senhor cria!

Desconsolado, o sitiante recebeu a multa sem entender muito bem o que havia acontecido.
Um mês depois lá estava o mesmo fiscal fazendo nova visita ao pobre homem. E a conversa logo teve início:

--- O senhor se lembra de mim?
--- Ôh... se me lembro... Respondeu o homem.
--- O que é que o senhor está dando agora para os seus porcos?

Tendo aprendido a lição, o homem respondeu todo solene:
--- Depois de sua orientação, estou dando a eles caviar, salmão, lagosta, camarão...
Demonstrando extrema indignação, o fiscal o interrompeu:
--- O senhor é mesmo inconsequente! Imagine: com tanta gente passando fome pelo mundo afora e aqui está o senhor dando estas iguarias para os porcos? Vou lhe aplicar outra multa para que se lembre dos pobres coitados que não tem o que comer...

Desta vez o pobre coitado além de aborrecido ficou sem saber o que fazer.
Passados trinta dias, lá estava o fiscal novamente. Foi amável no cumprimento:

--- Bom dia! O senhor se lembra de mim?
--- Como poderia esquecer? Respondeu o outro.
--- E agora, o que é que o senhor está usando para alimentar a porcada?

Com toda tranquilidade possível e demonstrando sabedoria sertaneja, o sitiante respondeu:
--- Olha aqui meu senhor, agora eu dou R$ 20,00 para cada um deles e eles tem a liberdade de comer aonde quiserem!...


Meus amigos,

Existem situações que de fato são difíceis de se resolver, principalmente nos ambientes profissionais. Quantas vezes um cliente, apesar de tudo que fazemos por ele, não se satisfaz. Nesse momento, será importantíssimo usarmos a criatividade, até para uma saída honrosa. Em nossos relacionamentos afetivos e sociais, também podem acontecer situações semelhantes.

As melhores formas de exercitar nossas criatividades e poder aplicá-las será: estudar muito, ler bastante (de preferência um bom livro a cada mês ou dois meses), fazer incontáveis palavras cruzadas, brincar com jogos pedagógicos, pesquisar assuntos diferentes na internet, conversar com pessoas das mais variadas atividades e principalmente com as crianças (Elas são um imenso cabedal de criatividade - e nós já fomos crianças!)

Seja muito criativo em suas atividades profissionais e seja bem feliz!

Com abraços e votos de sucessos,

Luiz Arantes

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Siri num balde de camarões


Havia um empresário apaixonado por pescarias, mas sem experiência em pesca no mar. Tendo programado sua estréia como pescador de águas salgadas, descobriu que entre as várias novidades, uma delas seria a isca; o tipo ideal para a pescaria escolhida seria o camarão vivo.

Desta forma, encomendou uma boa quantidade do crustáceo a um pescador profissional para sua aventura de final de semana. A expectativa era imensa.

No domingo, devidamente equipado, apanhou os camarões e os colocou em um balde apropriado e se dirigiu ao pesqueiro indicado, que ficava uns cinquenta minutos de barco. Mas ao chegar ao seu destino constatou que os camarões estavam mortos. De imediato atribuiu o fato à má qualidade das iscas que o pescador havia lhe vendido. Ficou aborrecido e decidiu reclamar na próxima compra que fizesse.

E assim o fez. Mas, após sua reclamação viu surpreso o velho pescador apanhar um siri vivo e o colocar no balde entre os camarões vivos e afirmar categórico:
--- Doutor, agora não vai morrer nenhum!

De fato, durante toda a pescaria, os camarões mantiveram-se vivos e, mais do que isto, verificou que a atividade dentro do balde era intensa e contínua, pois o siri não dava descanso aos camarões, perseguindo-os e tentando agarrá-los o tempo todo...

O que faltava aos camarões era um movimento contínuo, algo que os mantivesse alertas e em exercício constante e assim sobrevivessem.


Meus amigos,

esta é uma analogia que faço entre o siri e aqueles que dirigem alguma equipe de vendas, sejam gerentes, supervisores ou diretores. Na maioria das empresas comerciais, observamos que normalmente o problema é o mesmo: falta de planejamento e organização, conceitos errôneos de liderança e principalmente a falta de acompanhamento e controle.

Nós, brasileiros, temos muita dificuldade em acompanhar e cobrar resultados. Muitos de nós até planejamos, delegamos, estruturamos, mas, não acompanhamos os resultados, e as equipes de vendas precisam desta cobrança, a exemplo dos camarões, para que sobrevivam, para que fiquem sempre alertas e produtivos.

Este é um aspecto a ser mudado em nossa cultura para que sejamos bons profissionais na condução de nossas equipes. Que me perdoem os vendedores, mas é de suma importância que sejam acompanhados em suas atividades e nos resultados.

Siri em balde de camarão, é excelente para todos os envolvidos em uma bela pescaria!

Com abraços e votos de sucessos a todos os camarões e siris, que fazem das vendas momentos de alegria e realização.

Luiz Arantes.
Obs. Aproveito um comentário de um grande amigo, o Marcelo, em seu blog, o www.binoculoverde.blogspot.com, de que nosso querido Palmeiras talvez esteja precisando muito mais de um siri (técnico) entre os camarões (atletas), do que algumas estrelas que estão procurando, para concordar com ele e reafirmar que esta história do siri, serve em qualquer atividade em que haja um líder e uma equipe a conduzir.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O sacristão analfabeto

Em uma pequena cidade do interior, havia um padre que após vários serviços prestados à comunidade, faleceu deixando lá seu inseparável companheiro de longas datas: o velho sacristão.

Um padre jovem e com muitas idéias novas na cabeça foi designado para aquela paróquia; tão logo assumiu o novo cargo, já deu uma nova incumbência ao velho sacristão:

--- Quero um relatório em duas vias, com a descrição de todas as suas atividades, com as frequências e tempo de duração das mesmas.

Ao que o sacristão respondeu:
--- Sabe de uma coisa "sô" padre, num sei "lê" nem "escrevê" e muito menos "fazê" este tal de "rela-oratório"
--- Então sinto muito meu filho, mas você não se encaixa em meus planos para esta paróquia. Vou procurar outra pessoa para o seu lugar e que preencha os requisistos; preciso de alguém com outro nível.

Sendo obrigado a mudar seus planos profissionais, o velho que era pessoa muito querida, reuniu todas as suas economias e montou um comércio. Com o passar do tempo, tornou-se o mais próspero dos comerciantes locais e também muito rico.

Certo dia ao fazer uma aplicação financeira, o gerente do banco que era novo na cidade, ao perceber que estava diante de um analfabeto, comentou amigavelmente:
--- Pôxa, o senhor não sabe ler e nem escrever e é rico assim; imagine se o soubesse! Onde não estaria?

Calmamente o ex-sacristão respondeu-lhe:
--- É... eu estaria lá na igrejinha como sacristão até hoje!


Meus amigos,


Nem sempre aqueles que nos empurram são nossos inimigos. às vezes muitos deles são verdadeiros instrumentos para nos acordar, ou nos forçar a tomar decisões importantes em nossas vidas. Muitos de nós passamos anos, décadas, em uma zona de conforto, acomodados, até que um dia um fato novo nos balança e nos obriga a mudar os caminhos.

Não estou aqui fazendo nenhuma apologia ao analfabetismo e muito menos à acomodação. A minha bandeira é de que necessitamos de constantes mudanças, transformações internas e externas. Quantas pessoas passam uma vida, como o velho sacrsitão, sem fazer um curso novo, sem ler um livro, sem evoluir...

Porém, em todas as atividades do mundo, não basta apenas a teoria; temos que praticar, buscar conhecimentos, mas também aplicá-los. Analfabetos hoje, são aqueles que não querem mudanças. Mais do que nunca, precisamos exercitar nossa atitude de querer fazer, de querer mudar.

Segundo Alvim Tofler, os analfabetos dos anos 2000, não serão aqueles que não souberem ler e escrever, mas os que não conseguirem aprender, desaprender e reaprender. Este deverá ser o nosso ciclo evolutivo.

Se por alguma razão, alguém parou de estudar, jamais se entregue ao desespero ou ao desânimo: nunca será tarde para recomeçar. Temos inúmeros exemplos de pessoas na terceira idade voltando aos bancos escolares, que nunca se sentiram velhas; querem continuar vivendo independente da idade.

Sejamos sempre felizes com aquilo que somos, mas principalmente com o que buscarmos para nosso crescimento e transformação.

Com abraços,
Luiz Arantes.