sábado, 31 de outubro de 2009

Por que os gigantes caem?

Algumas fotos das gigantescas sequóias sempre me impressionaram, em especial aquelas em que os carros passam por dentro delas como num verdadeiro túnel. As sequóias são árvores milenares, algumas com mais de três mil anos. Durante todo este longo período, enfrentaram inúmeras intempéries, ventos, nevascas, chuvas, incêndios e investidas humanas.

Uma destas gigantes caiu e foi submetida por cientistas a uma série de exames para se descobrir o que de fato a havia derrubado. Após muitas análises minuciosas, descobriram que a causa da queda da árvore colossal, havia sido o ataque de pequeninos e insignificantes insetos que roeram suas raizes, deixando-a vulnerável a qualquer vento.

A grande pergunta foi: Como é que ela se defendeu de tantas adversidades e perdera a luta pela sobrevivência para inimigos tão pequenos, quase invisíveis? Como havia sobrevivido a tantos cataclismos durantes milênios?

Tal fato levou-me a fazer uma analogia com nossas vidas pessoais e profissionais. Quantos de nós conseguimos sobreviver a verdadeiras catástrofes, intempéries, superamos vendavais e borrascas e acabamos sucumbindo, caindo ante as pequenas dificuldades? São as dificuldades quase invisíveis, pequeninas que nos deixam deitados ao rés do chão.

O que poderia ser comparado em nossas vidas a estes pequeninos insetos devastadores? O que é que poderá nos derrubar se não ficarmos atentos? As pequenas mentiras? Pequenas doses de personalismo? Pequenas maledicências? Pequenos atritos? Pequenas ondas de mal humor? Pequenas atitudes de egoísmo? pequenas traições?

Em minha opinião, os gigantes caem porque se esquecem das pequenas coisas, das pequenas contrariedades, dos pequenos obstáculos. Ninguém tropeça nas grandes pedras, apenas nas pequenas.

Pensemos nisto.

Com abraços,
Luiz Arantes

sábado, 24 de outubro de 2009

Arrastando mala

Creio que em todas as famílias, existam aqueles casos engraçados envolvendo crianças e quando os adultos se reunem, relembrar tais travessuras passa a ser obrigatório e motivo de muitas gargalhadas.

Comigo não foi diferente. Em minha família, existem muitos casos pitorescos e a maioria me envolvendo, portanto já fui motivo de muitas gargalhadas em reuniões de família. Um dos casos de que mais me lembro das pessoas contarem e que eu tenho uma vaga lembrança, aconteceu quando eu tinha em torno de 04 anos, e ainda morava em uma fazenda em Goiás.

Éramos várias famílias e morávamos todos na sede, juntamente com meus avós paternos. Meu avô também era meu padrinho e declaradamente, meu protetor.

Não se sabe exatamente o motivo, mas o fato é que num dia qualquer, durante o almoço, eu e minha mãe entramos num sério atrito, algo a ver com comida; diante da confusão armada por mim, e as ameaças de minha progenitora, senti que o melhor a fazer seria sair correndo e me esconder no quarto onde meu avô já estava deitado para sua costumeira soneca.

Ao entrar no quarto, fechei a porta e comecei a contar minha versão da história ao meu protetor e as ameças que minha mãe estava fazendo. Após expor minuciosamente toda a confusão e sentir apoio de meu avô, fiquei mais tranquilo e confiante, estava mesmo num porto seguro.

Então, minha mãe que a tudo assistia pela janela, soltou mais uma de suas ameças:

--- Menino, não pense que está seguro aí com seu avô... e pare de "arrastar mala" porque senão eu te pego...

Em minha região, principalmente na zona rural, a expressão "arrastar malas" era o mesmo que contar vantagens, coisa típica dos faroleiros. E era exatamente o que eu estava fazendo, contando vantagens. Como eu ainda não conhecia tal expressão, ao ver debaixo da cama de meu protetor uma grande mala, não pensei duas vezes, comecei a arrastá-la por todos os cantos da casa, chegando a incomodar as pessoas.

Depois de um bom tempo arrastando a velha mala por toda parte, alguém me perguntou o motivo de tal comportamento. Então respondi solenemente:

--- Minha mãe disse que iria me bater se eu arrastasse mala, quero só ver ela tem coragem...

Creio que no restante do dia ninguém mais tenha trabalhado, só preocupados em contar para outras pessoas esta minha besteira. O mais engraçado de tudo isto é que todos os envolvidos se lembram do fato nos seus mínimos detalhes, menos eu. E o pior meus caros amigos, é que nem é tão engraçado assim... concordam? Mas faz parte de minha vida e da história de minha família.





Amigos,


Até hoje eu me policio para não continuar arrastando malas e desafiando as pessoas à minha volta. É muito fácil em nossas vidas, termos tais atitudes: contar vantagens, conversar muito, querer tirar vantagens de fatos sem importância. Há também o risco de fazermos alguma coisa sem sabermos o seu significado, ou pensarmos que sabemos o que estamos fazendo, baseando-nos apenas em nossa inexperiência ou desconhecimento.

Na vida corporativa, não é diferente; é necessário muito controle para não entrarmos nesta sintonia de contar vantagens, de querer humilhar e desafiar os companheiros à nossa volta.

Às vezes, nos escondemos por detrás de possíveis protetores e nos colocamos na posição de provocadores, agressores, contribuindo para piorar o clima organizacional de nossas empresas. Todo cuidado visando um bom relacionamento interpessoal, é bem vindo se quisermos ter à nossa volta, equipes de alta performance.

Que bom que esta expressão está em desuso e hoje, as malas tem rodinhas!



Grande abraço a todos e por favor, sejam muito felizes!
Luiz Arantes.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O operário do livro

Nesta semana tive o privilégio de assistir a uma entrevista, a qual deixou-me feliz com um belo exemplo de vida, de superação e de sucessso; quero compartilhar um pouco dessa história.

Trata-se da saga do alagoano Leonídio Balbino, nascido na zona rural próximo a Arapiraca, numa família muito pobre e com muitos filhos, o que era comum na época. Aos 08 anos Leonídio trabalhava ajudando a família e já demonstrava facilidades para as vendas quando levava algumas galinhas do sítio para vender na cidade.

Ainda totalmente analfabeto, em 1953 aos 16 anos tomou a decisão de ir para São Paulo; e num caminhão "pau de arara" fez a viagem de vários dias, em busca do sonho que o alimentava e a tantos companheiros retirantes, que era de vencer na cidade grande e levar toda a família para lá.

No segundo dia na metrópole conseguiu emprego de faxineiro em uma pensão, onde além da faxina fazia todo serviço que aparecesse, conquistando a simpatia dos patrões e dos hóspedes. Foi nesse ambiente que ele conheceu vários vendedores de livros que lá se hospedavam e que o incentivaram a vender livros, mas ele retrucava dizendo que seria muito difícil pois não sabia ler e nem escrever.

Os vendedores percebendo no jovem grande potencial para as vendas, o incentivaram a decorar os títulos dos livros, os comentários das "orelhas", os autores e outros detalhes. Assim, aquele jovem iniciou seus passos num mundo desconlhecido mas que seria o seu futuro e o de seus familiares.

Como sempre existem pessoas boas e bem intencionadas, algumas começaram a estimular nosso herói a aprender a ler, pois assim poderia vender muito mais do que apenas declamando o que havia decorado. E com muita determinação, Leonídio desenvolveu um método próprio de aprendizado, que lhe abriu os horizontes da leitura aos 20 anos: ele ajuntava as sílabas das palavras que via nas placas de ruas, nas capas de livros e nos "reclames" da TV até conseguir montar as palavras e assim poder lê-las.
Nosso auto didata não só aprendeu a ler, como montou uma distribuidora de livros e posteriormente uma editora. Hoje, Leonídio é proprietário da Editora Lisa S/A, e lê em média 40 livros por ano.

Com pouco mais de 70 anos, casado, 06 filhos e vários netos, Leonídio nos brinda com seu livro: O operário do livro, o qual é na verdade sua auto biografia, recheada de tantos obstáculos, lutas e as vitórias.

São exemplos como o do escritor Leonídio Balbino, que nos ajudam a continuar com nossos desafios e nossos sonhos. E como também sou vendedor e apaixonado por essa arte, não poderia deixar de compartilhar a odisséia desse companheiro que de porta em porta, vendendo seus livros construiu seu sonho, seu império.

Um fato pitoresco na vida de Leonídio é que quando morava num determinado prédio em São Paulo, conseguiu cumprir o prometido a seu pai e levou para lá toda a sua família; como os familiares eram pessoas muito simples, barulhentas e cantarolavam suas cantigas o tempo todo, incomodaram uma outra inquilina que implicou de tal forma com eles que acabou por expulsá-los do prédio. Ao sair, Leonídio prometeu àquela moradora que ainda voltaria e que compararia aquele prédio. Anos mais tarde ele cumpriu sua promessa, comprou o prédio onde hoje funciona sua editora e pediu gentilmente que a inquilina deixasse sua propriedade.


Caros amigos,

ao mesmo em que parabenizo e agradeço ao Sr. Leonídio Balbino, pelo belo exemplo de vida e superação, deixo também o desafio para que continuemos com nossas caminhadas, superando cada desafio, cada obstáculo, em direção ao sucesso. As dificuldades existem para serem superadas e para nos ajudarem a crescer.

Pensemos nisso e sejamos muito felizes!
Com abraços, Luiz Arantes.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

As sementes de trigo

Três homens com aparência faminta bateram à porta de um comerciante, compartilhando com o mesmo suas duras realidades: sem emprego, sem dinheiro e sem comida para alimentar os filhos e esposas. Pediam uma ajuda para amenizar pelo menos a dor de seus familiares.

Sensibilizado com a situação dos três homens, o comerciante resolveu ajudá-los em suas necessidades. Disse a eles que lhes daria um saco com farinha, um saco com pães e um saco com sementes de trigo; poderiam escolher.

Um dos homens, mais afoito, pegou logo o saco de pães, agradeceu e saiu em disparada em direção à sua casa. O outro, escolheu o saco com farinha e agradecido também saiu correndo ao encontro de sua família. O terceiro homem sem caber em si de contentamento, agradeceu e pegou o que havia lhe sobrado e disse ao comerciante:



--- Estou muito feliz, pois sou o único que não precisará voltar aqui.





Ele foi o mais precavido dos três, pois estava resolvendo de vez o seu problema de alimento junto aos filhos, poderiam comer alguns grãos e plantar o restante, bastaria que esperassem apenas mais alguns dias.



Caros amigos,

Nem sempre a vida nos dá aquilo de que precisamos de imediato para fazer frente aos nossos anseios, é necessário e imperioso que busquemos e trabalhemos nossas oportunidades. Em muitos casos, nossas necessidades são tão urgentes que mal dá para esperar até o dia seguinte, mas com um pouco de bom senso, poderemos esperar um pouquinho mais e assim resolver em definitivo nossos problemas a médio e longo prazo.

Nem tudo na vida pode ser resolvido de imediato. Há quem diga que urgente é o que não foi resolvido em tempo hábil. Conheço muitas pessoas que estão sempre correndo e num clima de urgência. Em muitos casos um bom planejamento poderia resolver muitas das correrias nas quais nos vemos envolvidos no dia a dia.

Ao fazer este comentário, lembro-me da história do broto de bambu que escrevi há alguns meses, em que a semente dele fica por um período aproximado de cinco anos debaixo da terra, vai germinando, criando raízes, se fortalecendo, até aparecer e com determinação e condições de ser um grande bambu.

Nossos trabalhos também tem que ter esta característica: ter raízes sólidas, um produto duradouro, com qualidade, o que deverá ser uma constante. O que também me faz lembrar da história da sociedade entre o porquinho e a galinha, onde no novo negócio a galinha forneceria os ovos e o porquinho, o bacon. Fazendo uma analogia, a galinha desta forma estaria apenas envolvida e o porquinho totalmente comprometido.

Está em falta no mercado, profissionais comprometidos e estamos com excesso de profissionais apenas envolvidos. Se não cuidarmos, haverá (e já está havendo em muitos segmentos) um "apagão" de profissionais comprometidos em nossas empresas e em nosso país. Não faço aqui nenhuma apologia ao "se matar de trabalhar", mas sim o comprometimento necessário e que faz a diferença entre os bons e os médios profissionais. O trabalho é nossa fonte de vida, mas tem que ser de uma vida onde todos possamos evoluir e crescer, e para tal, o comprometimento será fundamental.

Pensemos bem à frente de nossas mãos, busquemos realizar trabalhos de forma duradoura e consistente; assim poderemos ser muito mais felizes.

Com abraços: Luiz Arantes.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A pantera, o cachorrinho e o macaco

Um cachorrinho durante um safari na África, se encantou com algumas borboletas e acabou se perdendo do grupo em uma grande savana. Começou a sentir muito medo pela situação: sozinho numa imensidão e nem imaginava prá onde correr em busca de ajuda. Para piorar a situação, uma pantera faminta o avistou e entusiasmada com seu jantar inesperado, começou a caminhar em direção do indefeso cãozinho.

Percebendo as más intenções da pantera, diz para si mesmo:

--- Acho que ela quer me devorar, o que fazer?

A pantera já estava muito próxima, era possível sentir o bafo terrível dela, bem às suas costas. O cachorrinho então, avista uma ossada de um grande animal perto dele e teve uma idéia, pulou sobre a ossos e começou a mordê-los, e falou bem alto para que a pantera o ouvisse:

--- Hummmmm, que delícia de pantera! Pena que acabou...

A pantera ao ouvir este comentário, ficou estática. Assustada foi cautelosamente dando meia volta enquanto comentava baixinho:

--- Que cão bravo! Por muito pouco não me devorou também. Vou prá bem longe...

Um macaco que a tudo assistia do alto de uma árvore, resolveu fazer uma média com a pantera e foi correndo atrás dela para lhe contar que era tudo armação do cachorro e que ele não era bravo coisíssima nenhuma e que ele estava era totalmente perdido.

A pantera ficou muito irritada com a revelação do macaco e por ter sido enganada por um cachorrinho esperto; pegou o macaco, colocou-o em suas costas e saiu em disparada em direção ao mentiroso, disposta a desmascará-lo e a concretizar seu jantar.

O cãozinho que percebera a manobra do macaco ardiloso, ficou pensando na postura dele que nada tendo a ver com a história o havia delatado. Maldito macaco!

Mas não havia tempo para outro assunto que não fosse a sua sobrevivência, e assim de costas e sentindo novamente a aproximação do felino, teve outra excelente idéia. Falou bem alto para todos pudessem ouvir:

--- Mas que macaco preguiçoso. Faz mais de meia hora que o mandei trazer outra pantera e ele ainda não voltou... Que malandro!


Caros amigos,

Como dizia Einstein, "Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento". Principalmente nos ambientes corporativos, encontramos a todo instante pessoas que personificam cada um dos três personagens da nossa pequena história.
O que fazer nesta grande savana da vida, onde muitos querem devorar os mais fracos? Onde alguns espertalhões querem se aproveitar de algumas situações, para fazerem média com os mais fortes, independente das consequências dos seus atos? O mais apropriado é estar sempre atento aos fatos e usar a imaginação.

Façamos nossos trabalhos, com carinho, apesar dos macacos e das panteras que nos espreitam a cada passo.
Alguns cuidados a serem tomados, à luz da história acima:
1. Cuidado para não perder o foco durante sua viagem com algumas atrações que existem pelo caminho, fique atento a seus objetivos, às pessoas que caminham com você, à direção definida através do planejamento e fique atento aos perigos em regiões desconhecidas.
2. Muito cuidado com os falsos amigos e delatores, que enciumados com o seu sucesso, podem colocar tudo à perder, apenas pelo prazer de vê-lo em dificuldades. Normalmente são os inimigos que nos ajudam a crescer e nos mostram nossas deficiencias, mas o perigo está nos amigos inofensivos que se escondem sob falsas amizades e querem nossas derrotas.
3. Por maior que sejam seus adversários e obstáculos, sempre há uma forma criativa de minimizá-los e superá-los. Use sua imaginação e criatividade. Leia mais, faça bons cursos, desperte sua criatividade. Uma mente que se abre, jamais voltará à posição anterior.
4. Tenha sempre perto de você, os ossos de algum animal grande, isso ainda poderá salver sua vida. (Todo grande animal quando morre, deixa um monte de ossos espalhados, cabe a cada um aproveitar e aprender com a queda do mesmo).

Muitos sucessos e um ótimo safari para todos nós.
Com abraços do Luiz Arantes.