domingo, 22 de fevereiro de 2009

Peixes, frigideiras e mercado

Um casal, para quebrar a monotonia do casamento, foi pescar. Chegando ao rio, escolheram um bom poço, boa isca, boa sombra, tranqüilidade. É sempre importante fazermos bem nossas escolhas.

Depois de algum tempo perceberam que não estavam sozinhos, aliás, nunca estamos sozinhos; havia um outro pescador que pela aparência era um ribeirinho: pessoa simples, roupas mais simples ainda, como tantas pessoas que encontramos pela vida.

Mas um fato no pescador começou a incomodar o casal: cada peixe que ele pescava, media-o cuidadosamente, se fosse maior que seu palmo, soltava o bichinho no rio, se menor que o palmo, guardava-o com satisfação.

Não agüentando de curiosidade, se aproximaram do homem e lhe perguntaram por que ele fazia exatamente o contrário do que todos faziam: guardava os peixes pequenos e soltava os grandes. Para espanto do casal, o matuto respondeu:

--- “Seguinte, eu moro aqui pertinho e vim buscá meu almoço; eu só tenho uma frigideira prá fritá meus peixe, e ela só mede um palmo, por conta disto, eu tenho que sortá os peixe grandi, porque num cabe nela”.

Trazendo para nossas vidas:
  • Quantos companheiros de várias profissões eu tenho encontrado pela vida afora, que tem atitudes bem parecidas com a do matuto desta história: perdem incontáveis oportunidades na vida, por terem cultivado uma visão míope de suas capacidades e das oportunidades.
  • São aqueles que deixam passar por entre os dedos as grandes oportunidades e preferem ficar com as pequenas, as insignificante.
  • São também aqueles que lamentavelmente sempre tem um boa desculpa para disfarçar a origem de seus fracassos e de suas derrotas.
  • São de igual forma aqueles que se comprazem em culpar os outros: as empresas, o governo, a crise, os clientes, os gerentes e até mesmo Deus. Mas nada fazem para mudar, não investem em si mesmos, não estudam, não leem, continuam com suas velhas e pequenas frigideiras... de apenas um palmo.
  • Precisamos agir, buscando sempre a atitude de querer agir.
  • O rio da vida com sua generosidade, é como o mercado: está lá, à espera de cada um de nós, para buscarmos suas riquezas.
  • Precisamos aumentar nossas frigideiras, ampliando nossos horizontes, nossos conhecimentos, nossas atitudes de querer fazer.
  • É de suma importância nos adequarmos ao tamanho do mercado, aumentando nossas reais capacidades, evitando desperdícios e perdas.
  • Numa pescaria, assim como na vida, quanto maior for o nosso peixe, muito mais gente poderá se beneficiar dele.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Ratos não resistem às alturas.

Um piloto viajava tranquilamente em seu pequeno avião, quando começou a ouvir um barulho diferente no interior do aparelho e descobriu que se tratava de um ratinho num local inacessível e que estava roendo tudo o que via pela frente, principalmente alguns fios, colocando em risco a vida de ambos.

Sem condições de voltar ao aeroporto de origem, estando longe de seu destino e sem opções de realizar um pouso de emergência, o piloto começou a pensar em alguma alternativa para evitar uma tragédia.

Lembrou-se então de que alguns animais não resistem às alturas; após contato com a torre de controle, subiu seu monomotor o mais alto possível e por lá permaneceu durante toda a viagem. Logo percebeu feliz da vida, que os barulhos haviam cessado, indicando que o roedor estava fora de combate. Então disse para si mesmo:

--- De fato, ratos não resistem às alturas!


Fazendo uma analogia conosco, quantas vezes nas viagens da vida, inesperadamente aparece alguém e se põe a roer toda nossa estrutura comprometendo a segurança e o conforto! A primeira reação talvez seja de pânico, medo e até desespero; mas ao nos lembrarmos de alguns ensinamentos valiosos aprendidos na vida e colocando-os em prática, poderemos deixar tais pessoas para trás e voar o mais alto possível.

Procure sempre voar alto; voe o mais alto que você puder, pois além das belezas de um vôo altaneiro, você se livrará dos ratos indesejáveis que talvez queiram complicar sua trajetória.

Please seja feliz!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Crise à beira da estrada


Um homem vivia à beira de uma estrada e tinha um restaurante que fornecia uma deliciosa comida caseira. Ele não tinha rádio, televisão e nem lia jornais, mas fazia a melhor comida da região.

Ele divulgava seu negócio colocando cartazes à beira da estrada, recepcionava pessoalmente seus clientes e amigos, era cuidadoso com a qualidade, aparência e higiene de tudo: alimentos, colaboradores e instalações.

A clientela, o faturamento e a satisfação só aumentavam. Cada cliente bem atendido contava para muitos outros. E ele foi prosperando; reformou e ampliou o comércio; comprou tudo novo: móveis, fogões, pratos e talheres. Contratou auxiliares e investiu em qualificação. Sua comida era a melhor da região e seu atendimento impecável; muitos vinham de longe para saborear e comprovar as delícias do lugar.

Assim, conseguiu pagar uma boa escola para o filho; o menino cresceu e foi estudar Economia numa das melhores faculdades do país. Finalmente, o filho formado, voltou para casa e notou que o pai ainda continuava com a vida de sempre: atendendo todo sorridente, vendendo e crescendo cada vez mais. Não teve dúvidas, chamou o pai para uma conversa séria.

--- Pai, você não ouve rádio? Não vê televisão? Não lê jornais? Não acessa a internet? Há uma grande crise no mundo! A situação do país é crítica, primeiro quebrarão os grandes, depois o Brasil. A coisa está feia, assustadora.
Após as considerações do filho, doutor em economia, o pai ponderou:

--- Bem, se meu filho que estudou economia na melhor faculdade, tem mestrado, doutorado, lê jornais, vê televisão, acessa a internet, e acha isto, então ele só pode estar com a razão.

Com medo da crise, o pai procurou fornecedores com preços e qualidade inferiores, parou com os cartazes, reduziu a limpeza, passou a desligar as geladeiras à noite, demitiu vários colaboradores, parou de treinar e motivar sua equipe, já não recepcionava os clientes pessoalmente, suas conversas eram desanimadoras e negativas. Clientes novos, e a crise? Com estas providências, a clientela começou a desaparecer e as vendas despencaram; diminuíram até chegar a patamares insuportáveis, gerando enormes prejuízos. Assim, ele fechou as portas do seu comércio, outrora lucrativo. E chegando para seu filho falou:

--- Você estava certo filho, estamos em meio a uma grande crise!
E comentava com seus poucos amigos que restaram:
--- Bendita a hora em que fiz meu filho estudar economia, ainda bem que ele me avisou da crise.

Vivemos um mundo contaminado por más notícias; cuidado com especulações e sensacionalismos; tais notícias poderão nos influenciar a ponto de roubar a prosperidade e o sucesso em nossas vidas!

Obs. O texto original foi publicado em 1958 pela Quaker State Metais Co. Luiz Arantes o adaptou em janeiro/2009. E você por favor, tire suas conclusões.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A vaquinha


Viajando por uma região muito pobre, caminhavam lado a lado, um mestre e seu devotado discípulo. Ao entardecer chegaram a um lugar que além de aparentar extrema miséria, era quase desabitado. Encontraram um casebre onde viviam um casal e seus muitos filhos, todos com aspecto faminto e doentio. A escassez, acompanhada do desmazelo, era gritante por todos os lados da propriedade, mas como já era quase noite e foram muito bem recebidos, resolveram aceitar o convite para o pernoite.

O jantar servido foi apenas um pedaço de queijo e um copo de leite, testemunhando a miséria reinante naquela casinha. Conversando após a refeição, descobriram através do sitiante que a única fonte de rendas e de alimentos da família, era uma vaquinha leiteira, chamada carinhosamente de “Mimosa”. Apesar do potencial agrícola da região, viviam como flagelados e apenas do leite da vaquinha.

Na manhã seguinte, reiniciando bem cedo a viagem, os dois avistaram a Mimosa, que pastava tranqüilamente à beira de um precipício. Assim que a avistou o mestre ordenou a seu discípulo:
--- Vá até lá e empurre a vaquinha no precipício.
--- Mas mestre, ela é o único alimento desta gente... Se a matarmos, eles também morrerão de fome!
--- Empurre-a! Repetiu o mestre.
Visivelmente contrariado o rapaz obedeceu ao mestre, empurrando para o precipício e para a morte, a pobre e indefesa vaquinha.

Passados alguns anos, o rapaz viajando sozinho pela mesma região se lembrou do acontecido e resolveu procurar aquela família para tentar, se ainda pudesse, remediar a situação terrível pela qual eles deveriam estar passando sem a Mimosa.
Ao chegar ao local, deparou com uma propriedade muito bonita, com antena parabólica, piscina, curral cheio de gado, granja com muitos porcos, plantações por toda parte e várias pessoas aparentando muita saúde. Com o coração palpitando disse pra si mesmo:

--- Meu Deus! Aquela gente acabou tendo que se desfazer do sítio com a morte da vaquinha! Por que não desafiei meu mestre recusando atender a sua ordem? Como eu me arrependo...
Mas apesar de seu inferno secreto, aproximou da bela casa e questionou sobre a família que ali vivia há alguns anos. Ao responderem que sempre viveram naquele lugar, aos poucos o incrédulo viajante foi reconhecendo-os e perguntou:

--- Mas, como aconteceu esta mudança? Vocês viviam com extrema dificuldade e agora mal os reconheço?!
--- Moço, respondeu o sitiante, aconteceu uma coisa interessante: naquela época, nós tínhamos uma vaquinha que nos atendia em todas as nossas necessidades; mas, um dia, ela caiu no precipício e morreu. A partir daí, tivemos que buscar alternativas; e deu certo!

Quantos de nós temos uma vaquinha Mimosa que supre nossas necessidades e acaba nos deixando acomodados e muitas vezes em extrema miséria? Quantos de nós, além de não conseguirmos nos desfazer desta vaquinha, ainda ficamos reclamando da vida?
Com que situações de nossas vidas, poderemos fazer uma analogia com a história desta vaquinha?

Exemplos de outras vaquinhas que existem:

=> Um setor de vendas mal trabalhado é uma vaquinha terrível.
=> Um comércio estagnado que mal paga as contas é uma vaquinha maldosa.
=> Um emprego sem perspectivas de melhorias, é uma vaquinha cruel, pois deixa as pessoas acomodadas.
=> Um relacionamento, onde não haja ajuda mútua, buscando fazer um ao outro feliz, sem produzir bons frutos, é uma vaquinha intragável.
=> Uma instituição ou empresa que não estimule seus colaboradores, que não os impulsione, que não os ajude a crescer, é uma perigosa vaquinha, que os deixa acomodados e submissos.
=> Um pai e uma mãe que dão tudo a seus filhos, sem que eles tenham que fazer o menor esforço, são as piores vaquinhas.
=> Uma herança é uma vaquinha impiedosa quando não é bem aproveitada e conduz ao ócio e à acomodação.
=> Imóveis de aluguel quando estimulam a preguiça e a acomodação, também são vaquinhas da pior espécie.