sexta-feira, 9 de outubro de 2009

As sementes de trigo

Três homens com aparência faminta bateram à porta de um comerciante, compartilhando com o mesmo suas duras realidades: sem emprego, sem dinheiro e sem comida para alimentar os filhos e esposas. Pediam uma ajuda para amenizar pelo menos a dor de seus familiares.

Sensibilizado com a situação dos três homens, o comerciante resolveu ajudá-los em suas necessidades. Disse a eles que lhes daria um saco com farinha, um saco com pães e um saco com sementes de trigo; poderiam escolher.

Um dos homens, mais afoito, pegou logo o saco de pães, agradeceu e saiu em disparada em direção à sua casa. O outro, escolheu o saco com farinha e agradecido também saiu correndo ao encontro de sua família. O terceiro homem sem caber em si de contentamento, agradeceu e pegou o que havia lhe sobrado e disse ao comerciante:



--- Estou muito feliz, pois sou o único que não precisará voltar aqui.





Ele foi o mais precavido dos três, pois estava resolvendo de vez o seu problema de alimento junto aos filhos, poderiam comer alguns grãos e plantar o restante, bastaria que esperassem apenas mais alguns dias.



Caros amigos,

Nem sempre a vida nos dá aquilo de que precisamos de imediato para fazer frente aos nossos anseios, é necessário e imperioso que busquemos e trabalhemos nossas oportunidades. Em muitos casos, nossas necessidades são tão urgentes que mal dá para esperar até o dia seguinte, mas com um pouco de bom senso, poderemos esperar um pouquinho mais e assim resolver em definitivo nossos problemas a médio e longo prazo.

Nem tudo na vida pode ser resolvido de imediato. Há quem diga que urgente é o que não foi resolvido em tempo hábil. Conheço muitas pessoas que estão sempre correndo e num clima de urgência. Em muitos casos um bom planejamento poderia resolver muitas das correrias nas quais nos vemos envolvidos no dia a dia.

Ao fazer este comentário, lembro-me da história do broto de bambu que escrevi há alguns meses, em que a semente dele fica por um período aproximado de cinco anos debaixo da terra, vai germinando, criando raízes, se fortalecendo, até aparecer e com determinação e condições de ser um grande bambu.

Nossos trabalhos também tem que ter esta característica: ter raízes sólidas, um produto duradouro, com qualidade, o que deverá ser uma constante. O que também me faz lembrar da história da sociedade entre o porquinho e a galinha, onde no novo negócio a galinha forneceria os ovos e o porquinho, o bacon. Fazendo uma analogia, a galinha desta forma estaria apenas envolvida e o porquinho totalmente comprometido.

Está em falta no mercado, profissionais comprometidos e estamos com excesso de profissionais apenas envolvidos. Se não cuidarmos, haverá (e já está havendo em muitos segmentos) um "apagão" de profissionais comprometidos em nossas empresas e em nosso país. Não faço aqui nenhuma apologia ao "se matar de trabalhar", mas sim o comprometimento necessário e que faz a diferença entre os bons e os médios profissionais. O trabalho é nossa fonte de vida, mas tem que ser de uma vida onde todos possamos evoluir e crescer, e para tal, o comprometimento será fundamental.

Pensemos bem à frente de nossas mãos, busquemos realizar trabalhos de forma duradoura e consistente; assim poderemos ser muito mais felizes.

Com abraços: Luiz Arantes.

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