quinta-feira, 14 de maio de 2009

Dois mundos e uma janela


Dois homens achavam-se muito doentes e ocupavam a mesma enfermaria de um hospital. O quarto deles era bem pequeno, mas havia uma janela que dava para o mundo exterior. Um dos homens tinha como parte de seu tratamento, permissão para sentar-se na cama durante uma hora à tarde (algo a ver com drenagem de fluído dos pulmões). E sua cama ficava sob a janela.

O outro, contudo, tinha que passar o tempo todo deitado e longe da janela. Todas as tardes, o homem cuja cama estava próxima da janela, ficava sentado e passava o tempo descrevendo para o companheiro de quarto, o que via lá fora.

A janela, aparentemente, dava para um parque onde havia um belo lago. Enquanto os patos e cisnes nadavam, algumas crianças atiravam-lhes migalhas de pão e outras brincavam com seus barquinhos. Jovens enamorados caminhavam de mãos dadas por entre as árvores e canteiros de flores; nos gramados, adultos e crianças brincavam com bolas e petecas; ao fundo, por trás de uma fileira de árvores, avistava-se o contorno dos prédios da cidade.

O homem deitado ouvia atentamente, apreciando cada minuto e cada detalhe. Ouviu como uma criança quase caiu no lago e sobre como as gorotas estavam bonitas em seus vestidos com as cores de verão. As descrições do companheiro eram tão primorosas que ele, eventualmente, chegava a ver o que acontecia lá fora...

Então, numa certa tarde, ocorreu-lhe um pensamento: Por que é que o companheiro tinha sua cama próxima à janela e assim, o privilégio de ver tudo o que acontecia e ele não?! Deveriam possuir direitos iguais. A princípio ficou envergonhado por seus pensamentos, mas quanto mais tentava evitá-los, mais eles povoavam sua cabeça, querendo mudanças a qualquer custo. Faria o que fosse necessário para atingir seu objetivo, era só esperar...

Numa noite enquanto pensava numa forma de realizar seu intento, o seu companheiro acordou tossindo desesperadamente e sufocado; tentava em vão alcançar o batão de emergência para chamar a enfermeira, que viria correndo; ele poderia ajudar, mas só ficou observando e imóvel... mesmo quando o som da respiração do companheiro cessou completamente.

De manhã, a enfermeira encontrou o homem morto e, sem dizer uma única palavra, levou seu corpo embora. Logo que lhe pareceu apropriado, o homem perguntou se poderia ocupar a cama perto da janela. Então, o colocaram lá e o protegeram com cobertas de forma que se sentisse bastante confortável. Assim que sairam os enfermeiros, apoiando-se nos cotovelos, com extrema dificuldade e sentindo muitas dores, ele conseguiu olhar pela janela, e

... viu apenas um grande muro!



Meus amigos, aqueles que se dedicam à nobre arte de vender, e todos nós somos vendedores, em muitas situações são como aquele homem da janela, traduzindo para as pessoas, principalmente para os clientes, as belezas, as alegrias e os encantos da vida: Um mundo que nem sempre existe, mas que pode ser conquistado, se bem vivido.

A todos nós, a mensagem é manter sempre o otimismo, a criatividade, a alegria, mesmo em situações adversas; jamais querendo ocupar o lugar dos outros de formas obscuras, mas sim conquistando espaços por méritos e de forma honrada.

Outro pensamento, é que se há alguém que de alguma forma esteja fazendo você feliz, agradeça, ajude, compartilhe, retribua; e assim, evoluirão juntos.

Seja muito feliz!

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